A História das duas Freguesias

Situada no concelho de Vila Nova de Gaia, a União das Freguesias de Pedroso e Seixezelo surge da reorganização administrativa do país na qual se procedeu à junção autárquica da freguesia de Pedroso e da freguesia de Seixezelo, passando, assim, a ser uma união desde as eleições autárquicas de 29 de setembro de 2013.
Pedroso, com 19,65 km² de área, era a freguesia com maior extensão do concelho e, segundo dados de 2011, contava com cerca de 18 714 habitantes.
Trata-se, segundo os vestígios arqueológicos, de um dos territórios mais antigos do concelho: a Mamoa da Raposa, descoberta em 1984, data do período Neo-Calcolítico e o Castro Petrosus, no Monte Murado, datado do ano 7 d.C., começou a ser habitado na Idade do Ferro, tendo o seu povoamento se prolongado, pelo menos, até ao período romano. Este era um povoado habitado pelos Túrdulos Velhos e é exatamente em Castro Petrosus que tem origem o atual nome da freguesia. Foi neste mesmo monte que, em 1982, foram encontradas 2 placas de bronze (Tesserae Hospitales), datadas dos anos 7 e 9 d.C., tendo sido consideradas os achados arqueológicos mais importantes da década na Península Ibérica. As inscrições nelas contidas permitiram perceber a existência de pactos de hospitalidade entre Turduli Veteres, da tribo Galeria, e vários indivíduos indígenas dos Turduli Veteres.

Desta forma, pode afirmar-se que Pedroso faz parte do principal roteiro arqueológico do país, constituindo as referidas placas uma prova inequívoca da sua identidade histórica, que remonta a muito antes da nacionalidade portuguesa.

Outra prova da antiguidade de Pedroso é a carta de foral que recebeu no dia 3 de agosto de 1128 por D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal.

O ex-libris da freguesia é, sem dúvida, o Mosteiro de Pedroso. Este mosteiro pertenceu à Ordem de São Bento, pensando-se ter sido doado por D. Gondezinho e fundado em 867. No entanto, não há absoluta certeza quando à sua fundação. No séc. XIII, acolheu no seu seio, como abade comendatário, Frei Pedro Julião, que, mais tarde, viria a ser nomeado Papa João XXI.

Desde o princípio do séc. XV até 1560, foi governado por abades comendatários, tendo sido o último, o cardeal D. Henrique, que anexou as rendas do mosteiro ao Colégio de Jesus de Coimbra. A comunidade beneditina manteve-se até à morte do último monge, ocorrida em vida de Frei Leão de São Tomás, segundo testemunho do próprio. Até 1773, o Colégio de Jesus de Coimbra manteve no mosteiro religiosos responsáveis pela administração das rendas e do serviço paroquial até à sua extinção, nesse mesmo ano, tendo sido os bens entregues à Fazenda da Universidade de Coimbra.

O Mosteiro de Pedroso foi um templo inicialmente de estilo românico. Todavia, devido às alterações que foi sofrendo ao longo dos anos, perdeu grande parte da sua traça original. Do edifício primitivo, salvou-se a fachada lateral com um escudo e a pia batismal no seu interior. O torreão medieval, adossado à fachada, também permanece intacto. Apesar das alterações que foi sofrendo, é, sem dúvida alguma, um edifício pleno de encanto. Prova disso, é a sua classificação como Monumento de Interesse Público, em maio de 2014.

Seixezelo conta com 1,61 km² de área e 1 712 habitantes, segundo dados de 2011.
Curiosamente, a Freguesia de Seixezelo chegou a ser parte integrante do Couto de Pedroso. É referida nas Inquirições de D. Dinis como Sancta Marynha de Seixazello e nas Constituições Sinodais do Bispado do Porto aparece como Seixezello. Porém, apenas após a Guerra Civil (1832-1834), aparece como freguesia.

A Igreja Matriz de Seixezelo é um imponente edifício apesar da sobriedade das suas linhas: um arco de volta perfeita sobre a porta principal, a fachada rematada por um tímpano triangular e encimada por uma cruz, a torre sineira rematada com uma cúpula curvejada, que mostra a exuberância do traçado oitocentista. O adro proporciona uma visão sobre os espaços rurais que vão subsistindo. No seu interior, existe uma imagem de ingénuas linhas da padroeira, Santa Marinha, do séc. XVI ou XVII.

Conhecida por ser terra de cereja, realiza, anualmente, o Festival da Cereja de Seixezelo, no conhecido Parque das Corgas, onde se encontra a nascente do rio Febros (afluente do rio Douro), rio este que passa também em Pedroso, efetuando, assim, uma ligação natural entre as duas terras.